Caitlin´s P.O.V.
Eu o vi indo embora, ele foi levado
de mim, eu não tinhas mais lágrimas de tanto chorar, meu coração parecia estar
morto.
Eu estou morta.
Corri para dentro de casa, subi as
escadas correndo, me joguei na cama. Era como se eu tivesse entrado em uma
terrível depressão, daquelas que você acha que agarra sua alma e não solta
mais. Sentia um vazio dentro do meu coração que não tinha palavras certas para
descrever aquilo, simplesmente... Um vazio. Olhei para minhas mãos, as fechei
com força, corri para o banheiro, vi minha imagem refletida no espelho, meus
olhos estavam vermelhos e inchados, meu rosto estava mais pálido do que de
costume, meu cabelo estava todo cheio de nós e totalmente armado. Peguei uma
lâmina dentro do armarinho do banheiro, por um instante, vi meus momentos
juntos com Justin refletidos na lâmina. Os beijos, os toques, as carícias, o
olhar penetrante dele... Acabei atirando a lâmina fora. As lágrimas novamente
me possuíram. Isso é um sofrimento em fim! Liguei para Laia.
-Laia... –minha voz de choro era
totalmente visível.
-Caitlin, o que houve? –tentei
acalmar-me.
-Por favor... Venha até minha casa...
Sem perguntas... –desliguei.
Passei uma água no rosto e em meu
cabelo, peguei um pente, escovei, e consegui domar a fera um pouco, para
garantir, fiz uma trança toda mal feita, mais nem liguei. Eu não acredito.
Justin´s P.O.V.
Eu estava com tanta vontade de
chorar. Caitlin e eu, separados... Meu pior pesadelo estava acontecendo. Bem-vindo
à realidade Justin. Aqueles homens me olhavam com deboche, chegava a dar nojo
de ficar perto deles.
-Qual seu nome rapaz? –um dos homens
me perguntou.
-Justin Bieber. –respondi firme, eu
tinha que bancar o durão.
-Jack Somers. –ele me estendeu a
mão... Espera SOMERS?
-Chaz Somers é seu... –ele me
interrompeu.
-Chaz? Você conhece o Chaz? –ele
parecia surpreso.
-Sim, ele é meu melhor amigo, porque?
-Chaz é meu irmão mais novo.
Jack deu um breve sorriso, Chaz nunca
havia me contado que ele tinha um irmão mais velho, isso me soou meio estranho
e confuso. Talvez ele não soubesse que tivesse um ´´suposto´´ irmão mais velho,
ou não ia muito com a cara dele e, por isso, não fala sobre ele com ninguém.
-Ele nunca me falou sobre você.
-Chaz nunca soube de mim, quando ele
nasceu, eu era um idiota, drogado, eu só vivia nas ruas, roubava para conseguir
dinheiro para comprar cocaína, crack e outros tipos de droga, acho que fui
preso 8 vezes, matei pessoas inocentes, trafiquei armas exteriores, eu era
considerado o mais perigoso dos Estados Unidos... Meus pais tentaram me mandar
para uma clínica de reabilitação, mais a vontade de querer usar mais
drogas, me possuía, era mais forte que eu, então eu fugia das clínicas, até que
chegou um dia em que... Eu fui expulso de casa.
Quando aquelas palavras saíram da
boca de Jack, eu me lembrei do meu passado.
FlashBack On*
Drogas, álcool, bebidas, garotas,
festas. Esta é minha realidade. Afinal, eu sou Justin Bieber, ninguém manda em
mim. Era quase oito da manhã, estava voltando para casa, minha roupa cheirava a
vodca pura, minhas pupilas deviam estar dilatadas de tanta droga que eu havia
consumido, afinal, tenho dezesseis anos, tenho que aproveitar enquanto sou
jovem. Assim que cheguei em casa, avistei minha mãe, ela chorava desesperada em
cima do piano.
-Justin? –ela veio até mim.
-Não mãe... Aqui é o Michael Jackson.
–revirei os olhos.
-ONDE VOCÊ ESTEVE A NOITE TODA? PORQUE SUA ROUPA ESTÁ CHEIRANDO
Á ALCOOL? RESPONDA-ME! –ela segurava meus braços com força.
-ISSO NÃO LHE INTERESSA! O QUE EU
FAÇO É PROBLEMA MEU! TÁ ENTENDENDO? VOCÊ NÃO TEM QUE SABER DE NADA DA MINHA VIDA! EU SOU JUSTIN
BIEBER! EU SOU LIVRE!
-VOCÊ VAI PARA UMA CLÍNICA DE
REABILITAÇÃO! –ela gritou cortando-me.
-EU NÃO VOU PRA PORRA DE LUGAR
NENHUM! E VOCÊ NÃO VAI ME OBRIGAR!
Subi para meu quarto, tirei toda
minha roupa, joguei no cesto, olhei minha imagem refletida do grande espelho do
meu quarto, sorri para mim mesmo. Só um milagre para me fazer mudar.
FlashBack Off*
Alguns anos depois eu conheci
Caitlin, eu havia mudado, mais ainda era um pouco cafajeste, ela me mudou
completamente, aquele Justin Bieber, não existe mais.
-E... Como conseguiu sair dessa? –vi
que ele deu um risinho.
-Eu conheci ela...
Jack me mostrou uma fotografia que
guardava em um dos bolsos de sua roupa, ele estava junto de uma garota morena,
ela tinha os olhos verdes e um sorriso lindo, realmente era uma garota linda.
Peguei a foto e a admirei com cuidado.
-Grace... Minha pequena Grace. –ele
olhava a foto e sorria, com certeza ele a amava muito.
-Caitlin... –sussurrei vendo a
aliança em meu dedo.
-Como?
-Caitlin, minha vida. –entreguei a
foto e mostrei uma foto de Caitlin que eu tinha pegado escondido.
-Ela parece uma boneca... –aquilo me
deu um pouco de ciúmes.
-Eu á chamo de boneca ás vezes.
Guardei a foto, suspirei. Eu não
queria deixa-la.
Nunca quis.
O carro atravessou um portão feito de
grade e arame farpado, com certeza, servia para ninguém fugir, ou invadir.
Quando atravessei aqueles portões, senti um arrepio subir em minha espinha, era
como se algo em minha cabeça estivesse mandando eu sair daquele local o quanto
antes. Paramos em algum tipo de estabelecimento, vi que todos entregavam
celulares, roupas... Alguns raspavam seus cabelos, eu estava arrepiado, eu me
sentia pequeno naquele lugar, era totalmente estranho, parecia que eu não sabia
o que estava fazendo ali, mais eu sabia muito bem.
-Identidade, nome e seus pertences.
-aquele homem me dava medo, fiz imediatamente o que ele pediu.
-Aqui, sou Justin Drew Bieber, aqui
estão meus pertences. –entreguei minha mala, o homem simplesmente me entregou
uma roupa, percebi que estava escrito Bieber nela, ele também
me entregou um par de botas militares.
Não falei nada e segui a fila, eu não
sabia ao certo onde ir, eu estava perdido naquele campo, percebi um número em
minha roupa, aliás, tinha vários números.
-Está pedido rapaz? –um dos soldados
me perguntou.
-Bem... Acho que sim.
-Bieber? Seu aposento fica naquela
direção, terá seu nome na porta. –ele apontou.
-Certo.
Depois de minutos procurando,
consegui achar, entrei, coloquei a roupa, me senti um condenado com aquilo,
sentei na cama, que não era nada confortável. Peguei a fotografia de Caitlin e
observei atentamente.
Hoje não será um dia fácil.
Ouvi um sinal tocar, todos saíram para fora de seus quartos e ficaram
em posição de sentido na porta, um sargento passava ao meio, ele cuspia
palavras em cima de todos. Era horrível.
-Boa Tarde soldados, espero que sejam durões porque vão ser longos
meses, e não vou querer ninguém com moleza em meu quartel, isso não é ser
homem. Agora prestem atenção, todos os horários devem ser cumpridos corretamente,
isso é, se não quiserem ficar puxando madeira em um sol escaldante. –ele deu um
breve riso, tenho nojo deste homem- Vocês levantarão cedo, todos os dias ás
cinco da manhã, sem moleza e sem preguiça, treinarão até meio dia, será o
almoço de vocês, quando der uma hora, todos devem se apresentar em seus
quartos, duas horas, vão para o campo de combate, vocês treinarão até dez horas
da noite, depois podem ir jantar, e dormir. A mesma rotina serve para todos
aqui. FUI CLARO?
-SIM SENHOR! –um coro surgiu.
-Tenham um bom dia soldados.
O sargento saiu, alguns homens me olhavam com desgosto, ou deboche,
alguns eram mais altos e fortes do que eu, com certeza estavam rindo de minha
aparência.
-Ora, veja o que temos aqui? –dois soldados se aproximaram de mim.
-Bieber?
-Cara como conseguiu entrar aqui? Você é fraco, não vai durar nem dois
dias aqui. –um deles me jogou no chão.
-Sou mais forte do que pensam... –tentei falar de maneira firme, os
dois riram.
-Hey, deixem-no em paz. –Jack ajudou-me a levantar.
-Qual é Jack, vai dar bola para esse fracote?
-Vocês não tem nada o que fazer não?
Os dois soldados saíram rindo, ajeitei minha roupa. Com certeza eu não
vou durar muito tempo aqui, se eu seria tratado assim todo dia, não sei se vou
aguentar muito.
-Tudo bem?
-Sim, tudo bem, eu supero essa, abotoei minha roupa.
-Vamos logo Bieber.
Seguimos para um campo de treinamento, Connor estava lá, tirei minha
jaqueta, fiquei com uma regata branca sem manga, o sol, estava muito quente.
-Soldados!
-SIM SENHOR. –outro coro surgiu.
-Vocês vão fazer este circuito, terão trinta minutos para completar,
passem pelos pneus, escalem as cordas, deitem no chão e não encostem nas
cordas, atravessem as poças de lama, e peguem as bandeiras no topo daquele
monte de barro. Preparados? VÃO!
Comecei a correr, pulei aqueles pneus, senti alguém me empurrar, cai no
chão, ouvi alguns risos, me levantei, eu estava em último, passei os pneus,
corri o mais rápido que pude, agarrei aquelas cordas, consegui subir, quando
fui descer, puxaram meu pé e eu acabei caindo de costas na lama, ouvi mais
risos. Aquilo parecia mais um teste de agressão. Me atirei no chão, ou melhor,
na lama fria, consegui passar este circuito em paz. Cheguei as poças de lama,
elas eram pegajosas, e consequentemente, difíceis de se passar, acabei caindo
algumas vezes, me sujei completamente. Eu não conseguia subir a droga daquele
morro de lama, estava muito, mais muito escorregadio.
-ACABOU O TEMPO! –Connor gritou.
Me senti acabado, ajoelhei-me no chão recuperando meu fôlego, eu estava
imundo, aqueles mesmos soldados carregavam as bandeiras.
-Mais sorte da próxima vez campeão.
Eles saíram rindo, tentava recuperar meu fôlego, que por sinal, já não
existia mais.
-Justin, está tudo bem?
-Sim Jack... Eu não sou bom nessas coisas... Eu sou tão...
-Magro? Baixo? Se sente desprezado perto deles? Se sente um ‘’ninguém’’?
–cortou-me.
-Tirou as palavras de minha boca. –dei um riso abafado.
-Não ligue para esses dois idiotas, eles nunca aprendem a lição,
também... São os filhos do Connor.
-COMO É? –perguntei surpreso.
-Eles são os filhos do Connor, eles também vão ser sargentos um dia,
por enquanto são soldados em treinamento. –aquilo me fez ficar de estômago
revirado.
-Ridículo.
Levantei-me, fui direto me limpar, meu dia não tem sido nada fácil, eu
sou zombado por todos aqui, mais Caitlin me ensinou uma coisa.
Eu posso mostrar que sou melhor.
Caitlin´s P.O.V.
-Você não podia fazer nada Caitlin, a culpa não foi sua. –Laia me
abraçou depois de eu ter contado toda a história.
-Mais... Laia... Eu sei que ele não vaio sobreviver... Justin é
praticamente um esqueleto perto daqueles homens, ele vai ser massacrado. –as lágrimas
pareciam não ter fim.
-Caitlin, você sabe que o Justin é forte... Lembra que você o ajudou a
sair das drogas?
FlashBack
On*
Era uma
tarde de calor, eu estava na clínica de reabilitação, eu não acredito que
finalmente... Depois de tanto sofrimento, tanta luta, tanta dor... Justin está
livre do inferno. Eu estava esperando no sol, um calor de mais de trinta graus,
mais o que a gente não faz por amor? Foi quando os portões da clínica de
abriram, e lá estava Justin. Ele estava totalmente mudado, ele estava mais
gordinho, seu cabelo havia crescido e ficado com vida e brilho, quando nos
vimos, ele abriu um sorriso enorme, meus olhos se encheram de lágrimas,
corremos um para o outro, nos abraçamos e nos beijamos, meu Deus, que saudade
dele.
FlashBack
Off*
-Lembro... O dia que eu soube que ele iria finalmente sair da clínica,
eu fiquei sem reação, mais a minha felicidade era imensa. –dei um sorriso me
lembrando do dia em que ele saiu da clínica.
-E lembra que ele sempre dizia que iria morrer, que não iria conseguir
ficar na clínica?
-Lembro...
-Não perca as esperanças Caitlin, Justin é forte, ele vai sair dessa.
Mesmo com aquelas palavras, eu não me sentia bem, sentia uma necessidade
imensa de ter que ir até Justin e salvá-lo.
-Agora, vá se lavar, vou fazer um pouco de sopa para você, porque você
está precisando. –Laia me deu um beijo em minha testa.
Fui diretamente para o banheiro, deixei a água quente correr sobre meu
corpo, eu não conseguia aceitar o fato de que Justin estava longe, e ficaria
longe. Eu necessito dele. Se eu pudesse, entrava naquele exército! Mais é
apenas permitida a entrada de homens. Claro, existe o pelotão feminino, mais
com certeza, Justin estaria no masculino.
Coloquei uma roupa quente, desci na cozinha, o cheiro estava agradável,
Laia era um excelente cozinheira, não me admira se ela se casar cedo.
-O cheiro está ótimo. –sentei-me em uma das cadeiras.
-E o gosto deve estar melhor.
Coloquei meus fones, droga, essa música!
I can't sleep tonight
Wide wake and so confused
Everything's in line
But I am bruised
I need a voice to echo
I need a light to take me home
I kinda need a hero
Is it you?
-Can you be my
nightingale… -cantei.
-NÃO! –Laia veio correndo e arrancou os fones de mim.
-O que foi sua maluca?
-Não escute essa música porque eu sei que você vai lembrar do Justin.
E era verdade, essa música me lembrava ele totalmente. Não sei o porquê.
-Por favor, escute outro tipo de música, nada de coisa lenta ou triste,
olha, escuta essa.
Ela colou Play Hard, caramba, com a Laia é difícil lidar com a
tristeza.
-Qual é Laia! –resmunguei.
-Nada disso! Pode tratar de sorrir, você sabe que ele vai ficar bem.
Você sabe que tudo termina bem!
-Não tenho certeza se tudo termina
bem.
Fui até o jardim e sentei no balanço. Tentei me elevar na música.
Hey, said a hustler's work is never through
We're
making it cos we make it move
The only thing we know how to do
Eu preciso do
Justin!
Para ou continua?
Oii, ressurgi das cinzas, hehe, bom agora as coisas vão ficar feias pro lado do Justin. Como diz... Ele vai sofrer muito... E esse suposto irmão do Chaz... Hum... hehe.